sábado, 26 de março de 2011

FRAGMENTOS DA HISTÓRIA DO GOB (Grande Oriente do Brasil)


Período Monárquico:
O Grande Oriente do Brasil foi fechado pelo seu Grão-Mestre, o imperador Pedro I, quatro meses após a sua instalação. Mas em 1827 alguns irmãos iniciaram outro movimento para reacender a Maçonaria no país, e em 1828 criaram um corpo diretor denominado Grade Oriente Brasileiro, porém apenas simbólico e com uma Loja funcionando no Rito Escocês Antigo e Aceito.

Em 1831, depois da abdicação de D. Pedro I, abriu-se nova pugna entre maçons brasileiros; pois com a reinstalação, em 23 de novembro desse ano, do anterior Grande Oriente Brasileiro, passaram os dois Grandes Orientes a tratar-se como inimigos, não obstante trabalharem ambos no Rito Moderno ou Francês. O Grande Oriente do Brasil esteve quase sempre em luta com outras potências maçônicas, e em funcionamento irregular, a não ser nos breves períodos em que viveu àsombra do Supremo Conselho para os Estados Unidos do Brasil. Em 12 de novembro de 1832 o antigo embaixador brasileiro Montezuma, munido de plenos poderes do Supremo Conselho da Bélgica, fundou um Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito, no Rio de Janeiro, onde instalou uma Loja a que denominou Educação e Moral. Este ilustre irmão era filiado a uma Loja do Grande Oriente do Brasil e a uma outra do anterior Grande Oriente Brasileiro, e com o adventodesta nova situação, passaram os dois Grandes Orientes a criar Capítulos e consistórios , cada qual com um supremo Conselho. Em 23 de fevereiro de 1834 foi celebrado em Paris o "Traité d'Union d'Aliance et Confédération Maçonnique" entre os Supremos Conselhos dos Estados Unidos da América do Norte, França e Brasil, este último representado pelo Grande Lugar-tenente Comendador Machado E. Silva.

Em 23 de outubro de 1835, alguns membros do Supremo conselho do Brasil, reunidos irregularmente em Supremo conselho, sem processo e em sua ausência, demitiram de suas funções o Soberano Grande Comendador Montezuma. Este reagiu contra o ato irregular, acionando os rebeldes, e continuou a exercer suas funções até 18 de fevereiro de 1844, quando cessou de o ser por força do tratado de Paris, em razão do afastamento de grande número de Irmãos, segundo o manifesto do Supremo Conselho da França.

Por esse tratado, o supremo conselho do Brasil, então mais conhecido como Supremo conselho Montezuma, deixou de fazer parte da federação de Paris. Do verdadeiro Supremo Conselho do Brasil, assim feito adormecer, surgiram três novos Supremos Conselhos, dois dos quais, de vida efêmera, se fundiram no Grande Oriente do Brasil. O outro grupo, emanado do Supremo conselho de Montezuma desde 1842, reuniu-se ao anterior Grande Oriente Brasileiro, tomando o nome de Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito do Grande Oriente Brasileiro, o qual aboliu inteiramente o Rito Moderno ou Francês.

Reinando a anarquia em todas estas Ordens, cada multiplicação sua redundava em novo fracasso. Em 1843 foi fundada a Companhia Glória de Lavradio, com novo Grande Oriente, que também acabou se cindindo em dois grupos. Um dos grupos aclamou seu Grão-Mestre do Lavradio o barão de Cairu, ao passo que um dos dignitários do outro grupo, tendo monopolizado todos os poderes, provocou o afastamento de mais de 1.500 maçons, os quais, sob a direção do grande irmão Dr. Joaquim Saldanha Marinho, fundaram em 1863 o Grande Oriente e Supremo Conselho dos Beneditinos.

Em 1870 o visconde do Rio Branco foi eleito Grão-Mestre do Grande Oriente do Lavradio, ao passo que Saldanha Marinho sempre deteve esse cargo na Ordem dos Beneditinos. Em 1872, mercê dos esforços do Grande Oriente de Lisboa, estes dois Grandes Orientes foram reunidos sob a denominação de Grande Oriente Unido e Supremo conselho do Brasil, e a sua Constituição provisória foi promulgada em 23 de setembro de 1872, no vale do Lavradio. Na ocasião da fusão havia 122 Lojas, das quais 68 Capitulares: 99 eram do Rito Escocês Antigo e Aceito, 11 do Rito Moderno ou Francês, 9 do Rito Adoniramita, e 1 Grande Loja de Hamburgo; 1 de York e 1 de Adoção (mulheres). Delas, 51 provinham do Grande Oriente dos Beneditinos, 31 dos de Lavradio e 40 cujas colunas foram erguidas depois da constituição do Grande Oriente Unido e Superior Conselho do Brasil.

A família maçônica brasileira estava de novo pacificada e a Ordem prosperou até a reeleição o Grão-Mestre, a qual decorreu acidentada, pois o candidato dos Beneditinos obteve grande maioria dos votos sobre o do Grande Oriente do Brasil. Então o Grande Oriente do Lavradio declarou nula a unificação dos dois Grandes Orientes, feita em setembro de 1872. Este caso foi submetido às potências estrangeiras, as quais, por grande maioria, decidiram que o visconde do Rio Branco não se achava qualificado para anular uma fusão e deram ganho de causa a Saldanha Marinho. Como nenhum acordo fora obtido entre os doisex-Grandes Orientes, Saldanha retornou aos Beneditinos, mas continuando a dirigir o Grande Oriente Unido e Supremo conselho do Brasil, e desta vez com o reconhecimento de quase todas as potências mundiais.

Saldanha Marinho deteve esse primeiro malhete até 1880, e o Visconde do Rio Branco permaneceu Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil até 1878, quando o sucedeu o Grão-Mestre Adjunto Dr. F. J. C. Júnior.

Período Republicano:

Daí em diante a Maçonaria no Brasil prosseguiu mais ou menos normalmente suas atividades, sem lances historicamente notáveis a não ser algumas alterações em sua constituição, tendentes a definir, restringir ou ampliar poderes, até que em junho de 1927, o Supremo Conselho, convocado pelo Grande Comendador Dr. Otávio Kelly, resolveu romper o Tratado de união entre o Grande Oriente do Brasil, que havia sido firmado em 1864, para constituir-se uma potência maçônica mista. Este ato provocou a fundação das Grandes Lojas soberanas em vários Estados do Brasil, com jurisdição nas Lojas de seu território; Lojas de Perfeição, Capítulos, conselhos de Kadosch e Consistórios de Príncipes do Real Segredo, obedientes ao Supremo Conselho. Todas as Grandes Lojas fundadas trocaram representantes com as Grandes Lojas do Mundo, muitas das quais deixaram de reconhecer o Grande Oriente do Brasil como potência maçônica regular. Ao passo que o Supremo Conselho, funcionando no Grande Oriente do Brasil, fundado ao arrepio das Grandes Constituições e resoluções da Confederação dos Supremos conselhos, é julgado espúrio e irregular pelos demais Supremos Conselhos, não tendo por isso sido recebido no Congresso dos Supremos Conselhos, realizado em Paris em 1928 e em Bruxelas em 1935. Por esses motivos, o Grande Oriente do Brasil tem sofrido contínuas fragmentações, pois muitas Lojas têm se retirado de sua jurisdição para fundar novas potências, umas irregulares, outras não.

Colaboração Amigos da Nova Era Maçônica
(Autor desconhecido)

Fonte: mictmr.blogspot.com

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