quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

TERMOS MAÇÔNICOS

No intuito de esclarecer possíveis dúvidas e/ou curiosidades a respeito de alguns termos maçônicos que aparecem de forma ritualística em sessões maçônicas, trazemos , na íntegra, um artigo elaborado por Ricardo de Andrade, intitulado "Dádivas Maçônicas", no qual são apresentadas explicaçõesem torno do significado litúrgico e espiritual de alguns termos.

Vejam o artigo:

Título do Artigo: DÁDIVAS MAÇÔNICAS
Autor: Ricardo de Andrade

Para o Aprendiz Maçom há certos termos e sinais, uns mais utilizados e outros menos, que apesar de ritualisticamente serem repetidos em todas as sessões, ficamos a ver navios, sem entender quase nada o significado e a essência Espiritual dos mesmos, pois talvez por acanhamento e por ser a Maçonaria ainda um mundo novo e cheio de mistérios que estamos penetrando é normal ficarmos com certo receio em pedir explicações em Loja, sobre a essência dessas palavras que aqui vou denominá-las de DÁDIVAS MACÔNICAS, pois agora, espiritualmente, depois de um certo tempo de estudos, já passo a compreendê-las melhor.

Enfim vamos aos referidos termos:

ESTAR A COBERTO

Na parte litúrgica Estar a Coberto significa assegurar a discrição e dar proteção aos Irmãos, é o primordial dever do 1º Vigilante, verificar se o Templo esta coberto e se todos os presentes são Maçons e concretiza-se com o fechamento da porta interna, zelosamente guardada pelo Guarda do Templo.

Na parte esotérica essa cobertura não significa proteção, mas carinhosamente, abrigo do Grande Arquiteto do Universo que é Deus, e somente o 1º Vigilante é que possui a sensibilidade de após obter a informação do Guarda do Templo sentir se realmente a Loja encontra a coberto de toda influência profana pois não basta apenas o Irmão se achar dentro do Templo devidamente adornado com seu avental e insígnia, se não deixou para trás os problemas do mundo profano.

Para ser Maçom é preciso liberar e irradiar as qualidades mentais e espirituais que as vezes ainda se encontram adormecidas em certos Irmãos.

Contudo, embora invisível a olho nu, o 1º Vigilante tem a faculdade e o discernimento necessário para sentir e captar a alma de cada Irmão e poderá afirmar se, realmente, pelo sinal que fazem, todos os presentes são Maçons.

O Venerável Mestre, no Oriente faz igual verificação nos Irmãos que lá se encontram e dá a sua afirmação dizendo: também os do Oriente.

O que não podemos aceitar é que dentro de uma Sessão, chamada a presença do Grande Arquiteto do Universo, encontrando-se o Templo a Coberto, nascida a EGRÉGORA, invocado os Irmãos da Fraternidade, alguma coisa, possa se manter “profana”.

Assim, não obstante, cada Irmão ao penetrar no Templo deve cobrir-se com a auréola espiritual no sentido de estabelecer um ambiente propício e favorável ao desenvolvimento místico dos trabalhos, pois o Maçom crê que dentro do Templo há na magia do Ritual, a presença do Grande Arquiteto do Universo.

A BATERIA

A Bateira é um som de percussão, produzido ou pelas palmas das mãos, ou pelos Malhetes, ou ainda, pelas lâminas das Espadas.

O som forte emanado, elimina os pensamentos negativos e tem a faculdade de deslocar o ar, provocando o afastamento do que resta de profano, levado para dentro do Templo por alguns Irmãos, é um som de proteção que alivia as tensões, ameniza os resíduos de influências e pensamentos inconvenientes trazidos pelos problemas de cada Membro da Loja.

A Bateria protege cada Irmão de si próprio, de suas emoções, e paixões, contribuindo ao mesmo tempo para a formação do plano sagrado com a presença da EGRÉGORA , porém pode ser usada também para surtir outros efeitos como por exemplo quando durante os debates surgir palavras ásperas e sinais de violência, o Venerável Mestre comanda um de pé e a Ordem e uma Bateria de três batidas, o som produzido neutralizará os distúrbios e os trabalhos voltaram ao normal.

Assim a Bateria deve ser executada com plena consciência de sua importância, pois cada Irmão ao bater as palmas com suas mãos estará fazendo uma limpeza espiritual de vibrações negativas.

A PALAVRA HUZZÉ

A palavra HUZZÉ é de origem hebraica e significa Força e Vigor.

A aclamação HUZZÉ, só é feita após o sinal gutural, não se faz isoladamente. No inicio dos trabalhos, completa a dualidade, ou seja, feito o sinal gutural, de pé , é pronunciada a aclamação. No encerramento completa a trilogia, pois feito o sinal gutural, é dada a bateria e após, a aclamação do HUZZÉ.

Os povos primitivos não prescindiam dos sons que produziam batendo com as mãos uma pedra à outra, posteriormente surgiram os tambores e os sons produzidos por instrumentos de sopro.

Na terapia moderna para tratamento dos alienados, é comum deixá-los gritar à vontade, quanto mais alto o grito, mais terapia significa, esses loucos encontram nos seus berros, um modo primitivo de se relaxarem e acalmarem.

Na Maçonaria, quem grita HUZZÉ retira de si o peso da agonia, da ansiedade e do medo, após a aclamação o Maçom liberta-se de todas as pressões e poderá com muita tranqüilidade participar dos trabalhos.

Tenho ainda a dizer, que para os Aprendizes, sentados nos duros bancos da Coluna do Norte, se torne imprescindível que se desenvolva um trabalho

visando a sua formação em profundidade, no sentido da necessidade de auxiliá-los da conscientização de um desenvolvimento do germe do espírito maçônico que está latente no recém- Aprendiz. Urgi que se mantenha vibrante o entusiasmo do novo Maçom, antes que em seu coração a rotina faça morada e os compromissos iniciáticos sejam nada além de Ritualísticos.

É precisamente no Grau de Aprendiz, que mercê de seu natural interesse e qualidades morais de que vem dotado o Neófito, se pode introduzir o particular gosto pela cultura maçônica e com naturalidade transmudar essa moral no tão desejado espírito maçônico.

Assim, agradeço a atenção de meus queridos Irmãos e sugiro, “data vênia”, aos Veneráveis e Mestres de nossa Casa, que doravante esclareçam em Loja, aos futuros Aprendizes o significado tanto litúrgico como espiritual dos termos, ESTAR A COBERTO, A BATERIA, A PALAVRA HUZZÉ, e outros que porventura acharem necessários.

Não obstante, em consonância com o Ritual do 1º Grau, paginas 43 e 76, advirto também, com todo respeito, a suprema importância na formação da Cadeia de União, para cada vez que a Loja receber em seu quadro um Aprendiz Maçom, pois o mesmo como Irmão, tem todo o direito de tomar ciência da Palavra semestral.

Por fim, peço a todos Irmãos que a sua fé no ideal maçônico seja real, efetiva e principalmente demonstrada.

Fonte: http://www.lojasmaconicas.com.br

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